quinta-feira, 14 de junho de 2012

Mulher de peso "Maria Elizabete Jorge"

Conheci a Maria Elizabete "Bete do Peso" na caravana do esporte. Muito simples no jeito ser, mas com grande conhecimento sobre o levantamento. Suas conquistas, determinação e amor pelo que faz pelo Brasil vale ser lembrado.



Parte 1

Parte 2

quinta-feira, 24 de maio de 2012

O Valioso tempo dos maduros

Mario de Andrade

"Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.

Tenho muito mais passado do que futuro.

Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.

 Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.

 Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.

 Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.

As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana, que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade...

Só há que caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial."

segunda-feira, 14 de maio de 2012

A escolarização e as lutas democráticas

A escolarização básica constitui instrumento indispensável à construção da sociedade democrática, porque tem como função a socialização daquela parcela do saber sistematizado que constitui o indispensável à formação e ao exercício da cidadania. Ao entender dessa forma a função social da escola, pressupõe-se que não é nem redentora dos injustiçados e nem reprodutora das desigualdades sociais e, sim, uma das mediações pelas quais mudanças sociais em direção da democracia podem ocorrer. Uma tal concepção sobre o papel da educação estabelece como objetivo maior da política educacional a efetiva universalização de uma escola básica unitária, de caráter nacional. Só essa escola será democrática no sentido mais generoso da expressão, porque garantirá a todos, independentemente da região em que vivam, da classe a que pertençam, do credo político ou religioso que professem, uma base comum de conhecimentos e habilidades.

Guiomar Namo de Mello

Brasil Carinhoso


Dilma Rousseff anuncio no dia 13 de maio, o lançamento  do Brasil Carinhoso, ações  voltadas para a primeira infância, que faz parte do programa Brasil Sem Miséria. Segundo a presidenta, será a mais importante ação de combate à pobreza na primeira infância já lançado no Brasil.
Junto com outros programas do Brasil Sem Miséria, ele será uma parceria dos governos federal, estaduais e municipais e terá três principais eixos. O primeiro, garantir uma renda mínima de R$ 70,00 a cada membro das famílias extremamente pobres que tenham pelo menos uma criança de 0 a 6 anos. Os outros dois eixos do Brasil Carinhoso consistem no aumento de acesso das crianças pobres à creche e na ampliação da cobertura dos programas de saúde para elas. Na saúde, o programa fará um amplo controle da anemia e das deficiência de vitamina A nas crianças, além de introduzir remédio gratuito contra asma nas unidades do Aqui Tem Farmácia Popular.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Um dia ideal para os peixes-banana J. D. SALINGER


Noventa e sete agentes de publicidade de Nova York estavam hospedados no hotel e, do jeito que vinham monopolizando as linhas interurbanas, a moça do 507 teve de esperar do meio-dia até quase às duas e meia para completar sua ligação. Mas ela tratou de aproveitar bem o tempo. Leu um artigo numa revista feminina, intitulado "O Sexo é Divertido... ou um Inferno". Lavou o pente e a escova. Tirou uma mancha da saia do conjunto bege. Mudou de lugar um botão da blusa que comprara nas Lojas Saks. Arrancou dois cabelinhos que haviam acabado de aflorar numa verruga. Quando a telefonista afinal ligou para seu quarto, estava sentada no sofá ao lado da janela e quase terminado de pintar as unhas da mão esquerda.
Era uma dessas moças que não se afobam nem um pouquinho porque o telefone está tocando. Dava a impressão de que seu telefone estava chamando desde o dia em que atingira a puberdade.
Com o pincelzinho de esmalte — enquanto o telefone tocava — retocou a unha do dedo mínimo, acentuando a meia-lua. Feito isso, tampou o vidro de esmalte e, levantando-se, ficou abanando a mão esquerda para fazer o esmalte secar mais depressa. Com a outra mão apanhou de cima do sofá um cinzeiro cheio até a borda e o levou até a mesinha de cabeceira, onde estava o telefone. Sentou numa das camas-gêmeas, que a essa hora já estavam arrumadas, e — era a quinta ou sexta vez que o telefone tocava — levantou o fone do gancho.
— Alô — disse, mantendo os dedos da mão esquerda bem estendidos e afastados de seu robe de seda branca, que era tudo que estava vestindo, além dos chinelos. Os anéis estavam no banheiro.
— Sua ligação para Nova York está pronta, Sra. Glass — a telefonista anunciou.
— Obrigada — a moça respondeu, abrindo lugar para o cinzeiro na mesinha de cabeceira.
Ouviu-se uma voz de mulher.

Leia o texto completo no: 

quarta-feira, 9 de maio de 2012

A caixa e o brinquedo

Rubem Alves - O Calvin, provocador das minhas idéias sobre escola, recebeu, dentro de uma caixa, um presente. Não gostou do presente e o deixou de lado. Mas ficou encantado com a caixa. Tantas coisas se podiam fazer com uma caixa! A escola foi, para mim, como o presente do Calvin. Não me entusiasmou. Mas gostei da caixa, o mundo que a cercava. Havia tantas coisa para conhecer, tantas coisas pra fazer! Explorar o mundo, andar por lugares desconhecidos, fazer meus próprios brinquedos. Foram essas atividades extra-escola que me fizeram pensar. Eu tinha uma vocação de Professor Pardal inventor. Aos seis ano, desmontei, secretamente o relógio de pulso da minha mãe. Naquele tempo os relógios de pulso eram jóias caras. Desmontei pensando que poderia montá-lo de novo. Não consegui.Minha mãe não ficou brava, o que me estimulou a desmontar para ver como as coisas eram por dentro. Mas as coisas que me fascinavam,que provocavam minha curiosidade e a vontade de desmontar não se encontravam na escola.