Um das matérias da revista "Carta na Escola" do mês de novembro, escrita por Tory Oliveira, retrata o panorama da educação na China. Destaca-se a ênfase em testes e competitividade em detrimento a outras atividades.
Inédito no Brasil, o livro Who’s Afraid of the Big Bad Dragon (Quem Tem Medo do Grande e Malvado Dragão) tem um subtítulo intrigante: “Por que a China tem o melhor e o pior sistema educacional do mundo”. Ao longo de 272 páginas, o autor Yong Zhao dedica-se a explicar esse paradoxo e a desconstruir a ideia de que o modelo chinês de educação – centralizador, baseado na ênfase em testes padronizados, altamente competitivo e sempre no topo do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) – é um exemplo a ser seguido pelos demais países.
“Os piores aspectos (do modelo chinês) estão na ênfase exagerada em avaliação, que torna todas as demais atividades de estudantes, professores, pais e escolas em uma preparação para os testes. Consequentemente, a experiência educacional dos alunos, dentro e fora da escola, está focada em poucos assuntos. O bem-estar social, emocional e físico fica em segundo plano”, critica Zhao, que conheceu o sistema educacional chinês como aluno e professor.