Prof. Silvino Santin
INTRODUÇÃO
Quatro pontos introdutórios para, no meu entender, facilitar a compreensão da minha reflexão, entretanto devo dizer, antecipadamente, que não pretende chegar a conclusões definitivas. Ao contrário, o objetivo maior consiste em provocar inquietações e, acima de tudo, incentivar estudos e pesquisas sobre este assunto.
Primeiro ponto
O tema Esporte Educacional e sua presença na escola não é um tema novo. O que me chamou a atenção nas minhas leituras recentes, em especial para preparar a minha palestra, foi o fato de que não se pensa o esporte educacional autonomamente, mas vinculado à educação física. O seu ingresso na escola aconteceu através da inclusão da educação física como disciplina da grande curricular
Mais, o que me chamou a atenção nesta constatação de que apesar do tema não ser novo, e, o que parece estranho, não se chegou a uma definição, nem quanto ao seu conceito, nem quanto a sua função no processo educacional. Assim mesmo os estudos e os debates caíram num segundo plano. Portanto, a sua retomada merece todo apoio.
Segundo ponto
A constatação da estreita vinculação entre esporte educacional e educação física me levou a relacionar a retomada do tema esporte educacional e a escola ao fato da distinção entre os cursos de Licenciatura e Bacharelado. O debate sobre os perfis do licenciado e do bacharel, entre outras diferenças, certamente, deverá haver uma compreensão diferenciada do esporte e, em particular, de seus valores, ideologias ou funções.
Terceiro ponto
Esta reflexão, para ter consistência acadêmica e filosófica, talvez, científica precisa definir uma ordem lógica ou uma espinha dorsal de sustentação. E tal exigência começa por definir os conceitos presentes no título da palestra e explicitar o seu enunciado.
Neste sentido será preciso entrar na semântica das palavras e na ordenação lógico-gramatical do título, condição primeira para iniciar o desenho deste discurso, isto é, a estrutura lógica do meu raciocínio.299
Quarto Ponto
299 Não posso repetir o raciocínio dos dois amestrados de aranha, supostamente, portugueses, que após haverem amputado todas as patas da aranha em exercícios de treinamento, e como não mais obedece às ordens de movimento, concluíram que uma aranha sem patas fica surda.
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Ciente desta exigência de coerência lógica, chego ao momento mais difícil da minha tarefa. Devo reconhecer, assim que comecei aplicar meus conhecimentos de metodologia hermenêutica, percebi que entrara num labirinto sem o fio de Ariadne.300 Diante deste desafio, resolvi apelar para o pensamento de Edgar Morin e outros pensadores, identificados como pós-modernos, que tratam do paradigma de complexidade. Um fenômeno complexo, dizem eles, não se pode querer simplificar. O que é complexo deve ser respeitado em sua ordenação complexa, caso queiramos preservar sua especificidade.
Daqui para frente tentarei obedecer ao mandamento maior do paradigma da complexidade que é apreender o fenômeno sempre como um todo integrado, nunca por partes isoladas como nos ensinam as lógicas do pensamento analítico.
Colocados esses quatro pontos, vocês poderão julgar se eu vou conseguir cumprir corretamente a minha tarefa. Portanto, a primeira preocupação deve concentrar-se sobre o fenômeno esporte. O esporte, em geral, e o esporte educacional, em particular, pois sem uma compreensão do esporte será difícil falar em esporte educacional. Uma vez vencido esse obstáculo – para falar esportivamente – surge a segunda preocupação, que deve decifrar as duas figuras gramaticais, conhecidas como contrações de artigo com preposição, a saber: em+a=na (na escola) e de+a=da (da escola)....
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