sexta-feira, 4 de maio de 2012

Não nascemos prontos!



O sempre surpreendente Guimarães Rosa dizia: " o animal satisfeito dorme". Por trás dessa aparente obviedade está um dos mais fundos alertas contra o risco de cairmos na monotonia existencial, na redundância afetiva e na indigência intelectual. O que o escritor tão bem percebeu é que a condição humana perde substância e energia vital toda vez que se sente plenamente confortável com a maneira como as coisas já estão, rendendo-se à sedução do repouso e imobilizando-se na acomodação.
A advertência é preciosa: não esquecer que a satisfação conclui, encerra, termina; a satisfação não deixa margem para a continuidade, para o prosseguimento, para a persistência, para o desdobramento. A satisfação acalma, limita amortece.
Por isso, quando alguém diz " fiquei muito satisfeito com você" ou " estou muito satisfeito com teu trabalho", é assustador. O que se quer dizer com isso? Que nada mais de mim se deseja? Que o ponto atual é meu limite e, portanto, minha possibilidade? Que de mim nada mais além se pode esperar? Que está bom como está? Assim seria apavorante; passaria a ideia de que desse jeito já basta. Ora, o agradável é quando alguém diz: " teu trabalho é bom, fiquei muito insatisfeito e, portanto quero mais, quero continuar, quero conhecer outra coisas".

Mario Sergio Cortella

Não nascemos prontos!


quinta-feira, 3 de maio de 2012

Patch Adams - Roda Viva


Identidade da Educação Física

A Educação Física tem condições de se auto-sustentar a partir de fundamentos que lhe são próprios; fundamentos estes que tem a mesma densidade dos fundamentos das demais ciências humana. A Educação Física encontra seu fundamento básicos no antropológico, mas esse antropológico não é fornecido pelas teorias antropológicas, nem pelas teorias sociológicas, nem pelas teorias psicológicas, mas pelo próprio homem ou mais precisamente, pelo humano. É o humano que sustenta e alicerça a Educação Física.
É no homem diretamente que a Educação Física encontra sua razão de ser. O modo de ser do homem exige a Educação Física, como exige a educação intelectual e moral. Deve-se pensar com mais acerto, percebendo o homem global, como um todo unitário, assim toda a educação do homem, não apenas de uma parte.
A busca da realidade da Educação Física é a realidade humana. O homem é corporeidade e, como tal, é movimento, é gesto, é expressividade, é presença. Maurice Merleau ponty descreve esta presença do homem como corporeidade, não enquanto o homem se reduz a conceito de corpo material, mas enquanto fenômeno corporal, isto é, enquanto expressividade, palavras e linguagem. O homem instaura sua presença, ou define sua fenomenologia, como corporeidade. A presença é marcada pela postura. O homem não é nem uma nem outra. O homem é movimento, o movimento que se torna gesto, o gesto que fala, que instaura a presença expressiva, comunicativa e criadora. Aqui justamente neste espaço, está a Educação Física. Ela tem que ser gesto, o gesto que se fala, que fala. Não exercícios mecânicos, vazio e ritualístico. O gesto falante é o movimento que não se repete, mas que se refaz, e refeito diz cem vezes, tem sempre o sabor e a dimensão de ser inventado, feito pela primeira vez. A repetição criativa não cansa, não esgota o gesto, pois não é repetição, mas criação. Assim, ele é sempre movimento novo, diferente, original. Ele é arte.

Fragmentos do livro: Educação Física: uma abordagem filosófica da corporeidade. Silvino Santin.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

katia Rubio





Concepção dualista do homem

A concepção dualista do homem está implícita na tendência de biologização da Educação Física. Essa tendência tem como objetivos principais a manutenção da saúde corporal, a aquisição da aptidão física, que envolve o desenvolvimento de capacidades físicas e habilidades motoras, e a performance desportiva. Revelá-se, na prática escolar, em atividades físicas que caracterizam principalmente pela execução de movimentos mecânicos, destituídos de sentido para o aluno e, em geral, transmitido por comando pelo professor, cabendo ao aluno obedecer e imitar. A avaliação se dá somente por meio de critérios de rendimento e produtividade, privilegiando os alunos com maior capacidade desportiva.
Essa tendência valoriza sobretudo a competição e a formação tecnicista do atleta, em detrimento de princípios educacionais. Na prática desportiva, é favorecida uma forma de atuação, em que a performance técnica e tática é valorizada e avaliada sobretudo segundo modelos padronizados.
Essa tendência dissocia a Educação Física de um conceito de Educação, aproximando-se mais de um conceito de adestramento físico. Aliados a essa concepção, estão as tendências à militarização e à higienização, que perpassam a Educação Física.
A concepção antropológica implícita nessa tendência é de um profundo dualismo entre corpo e espírito. Educação Física, nessa perspectiva, visualiza sobretudo o corpo, vendo-o dissociado do homem com um todo ou como um instrumento da alma. O movimento deixa de ser o movimento de um ser total, cujo significado brota de sua interioridade, para tornar-se algo mecânico, direcionado desde fora e realizado com um mínimo de participação da sensibilidade e da afetividade, apenas uma reação a estímulos do meio.

Maria Augusta Salim Gonçalves

Simpósio de atividades físicas adaptadas

Entre os dias 17 a 20 de maio no SESC São Carlos, estará acontecendo a 15ª edição do " Simpósio de atividades físicas adaptadas". A finalidade, divulgar os conhecimentos produzidos por cientistas e profissionais da área de educação física adaptada, promovendo a inserção de pessoas de diversas faixas etária com necessidades especiais, em atividades esportivas e físicas.
Será realizado debates buscando assim conscientizar  da necessidade de evitarmos preconceitos e discriminação em relação às nossas diferenças, considerando a importância de se valorizar uma visão holística dos seres humanos. 
Público alvo: professores e alunos de educação física, fisioterapia, psicologia, educação especial, pedagogia.

Inscrições até o dia 13 de maio.

Mais informações: 


Basketball game "Challenge pitches"


Game Description:

The teacher will suggest a challenge to the groupperform tenbaskets as fast as you can. For the challenge is met, students should throw the ball to the basket from a certain point (it is important that the distance is appropriate to the skill level of children)At each frame converted, a point will be considered andanother student may give the sequence in the gameIf the pitch is not convertedthe next student must retrieve the ball after a "dot" on the ground in order to record the scoreHe must throw the ball tookplaceThey can only catch the ball students who have not hurled, and if the ball touches the ground twice or morethe score is resetand the game restarted.



What you learn in this game:
Pitching with precision construction of collective strategies,attention and concentration, reaction speed.



Suggestionsdiversification in the variable gestures:
Throw in different ways (stationary or movingwith both handswith your left hand or right hand, with heels, combining dribbling andshooting, etc.).


terça-feira, 1 de maio de 2012

Educators will be where? In graves that have been hiding?


Educators will be where? What holes will be hidden? Teachers, there are thousands. But teacher's profession is not something that is defined inside, love. Educator, by contrast, is not profession, a vocation. And every vocation is born of great love and great hope.
Professions and vocations are like plants. Thrive and flourish in niches, all that precarious situations that make them possible and - who knows? - Necessary. Destroyed the habitat, life goes on shrinking, fading, sad, myrrh, enters the bottom of the earth, and eventually disappear.
With the advent of industry and the artisan could survive? It was transformed into second-class worker until he died of grief and longing. The same with the drovers, who relied on narrow trails and solitude, who died when the asphalt and the car arrived. Target also had the sad apothecary, without the resources to survive in a world of drugs ready. It was devoured in cannibalistic feast of multinationals.
And the educator? What has happened to him? there will still be the ecological niche that makes possible its existence? He is left with some space? Did someone give you a word or listen? Deserve to survive? Have any economic or social function to play?
Once cut the virgin forest, everything changes. It is true that it is possible to plant eucalyptus, this shameless race that grows quickly to replace the old trees that no one saw the birth of secular or planted. For some tastes, is even more beautiful: all lined up in a permanent position sense, prepared for cutting. And for profit.Above all, go to the mysteries, the shadows unentered and unknown, the silences, the places not yet visited. The space is rationalized under the requirement of organização.Os winds will no longer be ridden by mysterious spirits, because they all speak only of figures, finance and business.
It may be that educators are confused with teachers, just as one can say jequitibá and eucalyptus, is not all tree wood? At the end does not give all the same?
No, it gives all the same, because each tree is the revelation of a habitat, each has a specific world citizenship. The first, the mystery world, the second in the world of organization, institutions, finance.There is a tree that has personality, and the ancients believed that they possessed a soul. Is that tree, different from all that he felt things that no one felt. There are others that are absolutely identical to each other, which can be replaced quickly and without problems.
I would say that educators are with the old trees. They have a face, a name, a "story" being told. They inhabit a world where what matters is the relationship that binds them to the students, each student is an "entity", carries a name, also a "story", suffering sorrows and raising hopes. And education is something to happen in these invisible space and dense, it comes down to two. Space craft.

Fragments of the book "Talking to those who like to teach" Ruben Alves

Dilma ataca os bancos