Por Thais Paiva
Um gráfico mostra projeções para a concentração de dióxido de carbono na atmosfera e o aumento da temperatura global de acordo com dois diferentes cenários. No pessimista, a temperatura para o período compreendido entre os anos de 2081 e 2100 subiria, em média, 3,7°C. Na previsão otimista, a alteração seria de 1,0°C. Questionados sobre o porquê do gráfico apresentar dois traçados distintos, um para o “cenário pessimista” e outro para o “cenário otimista”, apenas 6% dos brasileiros conseguiram responder que se tratavam de estimativas, que poderiam ser influenciadas tanto pelo comportamento humano como da atmosfera.
O exemplo acima compõe a primeira edição do Indicador de Letramento Científico (ILC), elaborado pelo Instituto Abramundo em parceria com o Instituto Paulo Montenegro e a ONG Ação Educativa. O estudo, inédito no País, revelou que a população brasileira não domina conceitos e tem dificuldade de aplicar a Ciência em situações cotidianas.
De acordo com o levantamento, realizado com cerca de 2 mil pessoas com idades entre 15 e 40 anos de nove regiões metropolitanas e do Distrito Federal, apenas 5% dos brasileiros podem ser considerados proficientes em linguagem científica, ou seja, são capazes de elaborar argumentos sobre a veracidade de hipóteses, demonstram domínio de unidades de medida e conhecem questões relacionadas ao meio ambiente, saúde, astronomia e genética. A maioria (79%) apresentou um conhecimento mediano sobre a área e 16%, praticamente nulos.
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